segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Vida


"Os dias são curtos, nossas raízes profundas...
O vento que nos leva talvez nunca mais passe por aqui.
Mas não tenha medo, erga as velas, enfrente as ondas;
O Bom Piloto anuncia: novos céus, nova terra à vista!"


quinta-feira, 18 de outubro de 2012

O Vento


Do meu amigo, mestre e irmão, Marcos Shalom:

O Vento,

Ele, o vento, se torna um só com os meus pensamentos. Viaja as distâncias que nos separam, até encontrar você, e como brisa suave envolver o seu corpo em um abraço. Posso sentir o calor do seu corpo, o seu perfume, a suavidade de sua pele... sentir a maciez dos seus lábios umedecidos... posso acariciar o seu rosto, e em seus ouvidos soprar a intensidade do meu amor por você.

Ver o seu sorriso, e seus olhos brilharem de felicidade e amor, estes olhos alegres e expressivos... Posso ver através deles a beleza que existe em sua alma, beleza que não é efêmera. Mas resiste ao senhor da vaidade. O Tempo, o impetuoso Tempo.

Mas agora só existe o vácuo, o senhor do silencio. No vácuo o vento não existe. Não posso soprar em seu ouvido, não posso!

O vácuo não esta só, com ele caminha uma criatura cujo o nome aterroriza os que amam. A simples pronúncia de seu nome causa dor e angustia em qualquer ser humano que está amando, nas pessoas que desejam estar com a sua amada. O seu nome é Adeus!

(M. A. S.)

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

"Pai Nosso" brasileiro


Pai nosso que estais no Corcovado,
Fotografado seja o teu mármore.
Venha o teu chaveiro,
Seja feito o teu cartão postal,
Assim no sul, quanto na Bahia.
O futebol nosso de cada dia dai-nos hoje,
Perdoa as nossas dívidas,
(Até mesmo porque não podemos pagá-las...)
E não nos deixes cair em malandragem,
Mas livrai-nos do trabalho. Amém.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

A Semente Borboleta




Ontem eu estava voltando do Restaurante Universitário, passando pelo bosque da Engenharia Ambiental, quando vi uma coisa no chão que me chamou atenção. Era uma semente de pinheiro, daquelas que, quando soltas no ar, caem rodopiando. Sempre achei interessante essa coisinha, mas não sabia bem o porquê. Ontem, porém, a visão da semente no chão me trouxe à consciência uma memória antiqüíssima de um fato ocorrido em minha infância. E essa lembrança trouxe consigo um sentimento diferente, desses raros, difíceis de explicar. Algo com sabor de amor, tristeza, alegria, saudade...
Uma vez, quando eu era criança, minha mãe viajou, envidada pela escola em que trabalhava, para fazer um curso de aperfeiçoamento. Não lembro bem como foi a sua chegada, só sei que era noite e imagino que eu estava ansiosamente esperando por ela. Mas o que ela trouxe, disso eu não me esqueceria. Era uma semente de pinheiro.
Eu nunca tinha visto aquilo antes. Fiquei maravilhado como caia rodopiando. Era tão legal... Minha mãe levantava a semente e soltava no ar para eu e meu irmão vermos. Fazia isso com todo cuidado e falava de como era frágil, pois a “asa” da semente era fina e delicada como a asa de uma borboleta.  Contava também de onde tinha trazido. Logo eu já tinha pego a semente e estava brincando com ela, sempre ouvindo minha mãe dizer para pegar com cuidado para não estragar. Mas logo a “asa” da semente rasgou e ela passou a cair no chão como uma pedrinha qualquer. Eu tinha estragado o brinquedo.
Vendo o desapontamento do meu irmão (mais novo) e com vergonha por ter estragado algo tão especial, e que minha mãe tinha falado tanto para cuidar, desatei a chorar. Acho que nunca outra vez chorei como daquela vez. Um sincero desapontamento comigo mesmo... Mas, apesar disso, minha mãe não disse nada, apenas me consolou...
Voltando ao bosque da Engenharia, fiquei pensando porque um fato tão corriqueiro pôde ter sido tão marcante e sua lembrança tão carregada de sentimentos. Então me coloquei na minha própria posição daquela idade e fiquei imaginando o que teria pensado naquele momento. Assim percebi que naquela época aquela semente de pinheiro tinha um valor diferente, muito maior do que um objeto comum. Era algo novo, que eu nunca tinha visto, e trazido de um lugar distante e desconhecido. E mais, minha mãe mostrava para nós com tanta empolgação, para nos entreter, que me pareceu, em minha mente ingênua, que para ela era algo de muito valor. Quando eu estraguei, foi como se tivesse quebrado uma jóia. Como minha mãe tinha advertido várias vezes para ter cuidado, pensei que ela iria lamentar a perda e ficar furiosa comigo. E por isso comecei a chorar. E por isso eu fiquei surpreso quando ela me consolou. É claro que para ela era apenas um objeto achado no chão entre tantos semelhantes, mas eu acreditava que tinha valor.
E quando eu comecei a chorar e pensar que ela iria brigar comigo, qual não foi a minha surpresa quando ela me abraçou e me consolou! Foi sublime... Eu, o destruidor daquele magnífico brinquedo, sendo abraçado com todo carinho. Acho que nunca senti tanto amor. Aquilo me fez sentir que para a minha mãe eu era mais importante do que aquele “objeto precioso”. Naquele dia, sem saber, eu aprendi uma importante lição sobre o amor.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Dores de crescimento

Dores de crescimento significam que a estrutura do meu ser
já não suporta mais a grandeza que a minha alma atingiu.
Dores de parto significam que o corpo não pode mais conter
dentro de si a vida que irá explodir para o mundo.
Dores de amor significam que a paixão é mais profunda
e penetrante que os pregos da cruz de Cristo.

As feridas que você me causa são tatuagens na minha pele.
Embora não sejam esteticamente bonitas eu as amo,
Amo-as, por que nesta linguagem estranha que têm
Elas falam sobre o meu apaixonado amor por você.

Isto é paixão:
Amar com a mente, o coração e a carne!
Prefiro sangrar até à última gota
A ter que me afastar de você!

As pessoas boas estão fadadas à pobreza

Há algum tempo ouvi falar sobre uma tal de “Economia do Dom”. Não me aprofundei muito no estudo do tema, mas ouvir falar sobre isso quebrou meu paradigma e abriu janelas na minha mente para repensar os mecanismos da economia. Inesperadamente, hoje fui tomado por uma inspiração irresistível que me fez escrever o texto “As pessoas boas estão fadadas ao fracasso”. Como geralmente tem acontecido, este estado de fertilidade mental é subproduto de um frutífero encontro que tive com a Srta. Ester Utrilla Andrade.
Te amo, minha musa!

E claro, não poderia deixar de citar a influência do meu obstinado amigo Marcos Romais.