sábado, 15 de outubro de 2011

Hoje tive um dos melhores dias da minha vida.

Hoje tive um dos melhores dias da minha vida.

Não houve nada extraordinário. Acordei mais cedo do que o comum. Saí de casa com chuva. Li um bom livro no ônibus, tomei café da manhã em uma lanchonete popular, tive uma aula muito interessante e bem cansativa, voltei para casa a pé, comprei um livro usado, almocei qualquer coisa, achei uma bala em um bolso, passei horas fazendo uma grande faxina no apartamento, empenhei também mais de uma hora fazendo um favor para um amigo, conversei (mesmo que virtualmente) com a garota que eu amo (que é a garota mais encantadora do mundo, diga-se de passagem), ouvi muita música (como sempre), tomei um sorvete, fui ao supermercado, rí com o meu irmão no pouco tempo que passamos juntos, telefonei par a minha avó… Realmente fiz bastante coisa hoje, mas nada extraordinário. Mesmo assim foi um dos melhores dias da minha vida.

Porque? Não sei explicar direito. Mas imagino que foi porque hoje eu não tentei fazer o dia valer a pena. Contentei-me em apenas viver cada momento, até os chatos e entediantes, sem reclamar

Todos os dias eu sou movido pelo Carpe Diem. E já é natural eu me esforçar para aproveitar ao máximo o dia. Mas para hoje eu não tinha expectativas. Estava preparado para um dia chuvoso, sem graça e cheio de coisas chatas para fazer. Mas talvez por essa falta de expectativa, essa paciência de não esperar do dia mais do que ele pode dar, talvez isso me tenha feito aproveitar tão bem este dia. Apenas vivi, me dando por satisfeito com cada gota de alegria que o tempo me proporcionou. Sem esperar nada. Como uma árvore, que nem sabe que vive, e mesmo assim vive intensamente, e dá vida, e é pura vida, e está conectada com tantas outras vidas.

Em um momento até consegui parar de pensar por algum tempo. Andando e ouvido música, apenas observando tudo ao redor, e me sentindo pertencendo ao todo...

O interessante é que quando eu percebi, no meio da tarde, que estava tendo um dos melhores dias da minha vida eu pensei "até aqui está sendo perfeito, mas duvido que continue assim até o final". Mas apesar disso eu me contentei com o que tinha. Não tentei fazer nada para forçar um bom desfecho para este dia. Afinal, até ali eu não tinha feito nada para estar tão pleno desta singela alegria, então não faria sentido a partir de então buscar uma alegria simulada. Até aceitei que se a partir dali o dia terminasse em desventuras, mesmo assim eu me daria por satisfeito. Então prossegui em minhas atividades. E também dei mais atenção ao canto dos pássaros, às flores do caminho… E sabe o que aconteceu? O inacreditável! Até agora, na hora de dormir, vivi de forma extraordinária este dia comum. Certamente foi um dos melhores dias da minha vida.

Agora tenho que acrescentar mais uma coisa que fiz hoje: escrevi um texto contando a experiência de viver um dos melhores dias da vida. Isso sim é extraordinário! Que presente o Senhor me deu hoje! Será que amanhã vai ser igual? Imagino que não. Os "melhores dias da vida" precisam ser raros, para terem o valor que têm. Eles são como flor, que desabrocha, mostra todo o seu esplendor, definha em morre - mas então se transforma em um fruto. Sei que este foi um dia especial e raro, mas sei também que hoje, mais um pouco, aprendi a viver.

14 de outubro de 2011

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Alvorecer

Quando chega o crepúsculo
e o sol se curva, e as
sombras se estendem
até serem uma só

Me lembro daquele ósculo
que ainda espero,
que me foi prometido.
Lembro que ainda não estou só.

Quando o céu fica escuro
e as estrelas brilham como sempre,
e a lua mostra apenas meia face,
reconheço que sou apenas pó.

De uma verdade fico seguro:
Tudo passa, até as estrela morrem.
E em face da minha própria breviedade
minha garganta dá um nó.

Mas logo a noite acaba
e chega mais um alvorecer.
A natureza com júbilo anuncia:
está na hora de renascer.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Infinito


Há uma felicidade tão grande que não cabe dentro de mim.
Há uma alegria infinita que corre como a correnteza de um rio.
Sou pequeno demais para acolher tanta graça,
Mas me alimento fartamente deste pão e deste vinho.
Sem construir represas, nem erguer celeiros,
Vou apenas me alimentando a cada dia desta infinita felicidade
Que se chama Jesus.