quarta-feira, 16 de março de 2011

Minha cruz

Como pode alguém dormir tranqüilo sabendo que os japoneses perderam suas casas?
Como pode alguém ir ao shopping enquanto os haitianos vivem um caos social?
Como pode alguém tomar sorvete enquanto crianças em todo mundo crescem atrofiadas por causa de má alimentação?
Como pode alguém assistir televisão enquanto meninos são aliciados pelo tráfico?
Como pode alguém ir à igreja enquanto meninas se prostituem?

Como, Deus???
Como eu consigo ser indiferente enquanto tanta gente sofre?
Como eu posso me sentir confortável se tenho como ajudar e não o faço?
Que vergonha de mim mesmo, Pai!

Quem foi que disse que eu tenho que cuidar da minha vida?
Quem foi que ensinou que o problema dos outros não é problema meu?
Quem martelou em nossas cabeças que é caso perdido e não temos como salvá-los?
E quem foi que, acreditando não poder salvá-los, concluiu que não vale a pena ajudá-los?

Não foi o meu Senhor.
Não, o meu Senhor, sendo nobre, se fez pobre.
Sendo pão, se deu para ser comido.
Sendo água, se deu para ser bebido.
Sendo vela, iluminou até acabar.
Foi usado, sugado... crucificado, consumido...

E eu, para que estou aqui?

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